domingo, 18 de outubro de 2009

Melhor que a Europa

        E esses franceses que acham que sabem ser uma turba enfurecida, hein? Pffff, patético. Juntam uns árabes, uns africanos, uns universitários revolucionários e saem quebrando tudo. Amadores.



        Fico satisfeito em dizer que finalmente superamos os europeus em alguma coisa. Eles não deveriam brincar com quem tem experiência no assunto. Afinal, nós já temos anos de prática, e levamos a coisa para um outro nível bem mais alto.



         Eu Rio.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Amputechture (2006)




          Mars Volta não faz sentido.Simplesmente isso, não faz sentido.
         Desde que eu comecei a ouvir essa banda de dois cucarachos-americanos (Omar Rodriguéz e Cedric Zavala - é, nomes de traficante, eu sei) eu já vim analisando a possibilidade eles não fazerem sentido. Mas depois de ouvir Amputechture - uma aglutinação de "Amputação", "Tecnologia" e "Arquitetura" e altas doses de WTF - eu tive certeza
          Primeiro, olha o cover do cd. Sério, TENSO. Não se isso é uma deposição da cabeça de um personagem gigante de "Cômicos e Cônicos" pela máfia que atrasou uma dívida ou só a viagem de LSD mais assustadora da história.
          Em seguida, vamos ver os nomes de algumas músicas: "Tetragramatton", "Asilos Magdalena","Olhos de Víscera","El Cervo Vulnerado"...e olha só que legal, a coisa não fica melhor com as letras. Vejamos os primeiros versos de Mecamputechture:

ahem

"Amputectura veio Filisteu louvor Poço sem fundo de nomes vazios Hábitos incarcerados arrancados das palmas Ferindo o seio Cuidando de todos os mais novos"

            Está acompanhando? Ótimo, por que eu me perdi no Filisteu.
           Interessante que esse disco é pesado. Não no sentido de Slayer pesado, mas no sentido de Fui atropelado por um caminhão do ferro velho pesado. Ok, não é porrada o tempo inteiro, Asilos Magdalena é quase uma típica balada com guitarra espanhola, cantando também em espanhol. Muito bonito, aliás. Mas por outro lado você tem "The day of the Baphomet" e "Vermicide" que são facada na cara, soco no coração e Hadouken no saco. Ah, e tem instrumentos demais. Eu não reconheço metade do que eles tocam aqui, mas por outro lado, eu não sei reconhecer instrumentos direito. Perdi muitos episódios de castelo Rá-Tim-Bum e nunca consegui descobrir direito que som, que som é este, quem sabe o nome deste.
             Esse som é o som de seu cérebro sendo derretido.

01. Vicarious Atonement
02. Tetragrammaton
03. Vermicide
04. Meccamputechture
05. Asilos Magdalena
06. Viscera Eyes
07. Day of the Baphomets
08. El Ciervo Vulnerado






quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Mini conto da semana

EVOLUÇÃO DE UM YUPPIE-
Um dia coca, outro dia Coca Light

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Não, isso não foi sério.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

A escalada de Mel Gibson até a loucura



          Ah, o Mel Gibson. Todo mundo se lembra desse cara, certo? Deve ser um dos nomes mais reconhecíveis de Hollywood. Bem, ele realmente esteve em uns bons filmes e poxa, Coração Valente é um filme legal, não é? E ele deve ter pegado várias atrizes gatas de Hollywood. Quer dizer, não sei de nenhuma, mas imagino que tenha.
              Lamentavelmente, um dos maiores galãs da indústria anda hoje em dia mais parecido com isso:
                                        



                  Mel, supostamente possuído por um demônio lenhador

                Gibson é possivelmente um dos maiores atores modernos a sentir uma decadência tão grande. Bem, com exceção do Nick Nolte, mas pensando bem, o Nick Nolte nunca foi um grande ator. Quer dizer, até o Robert Downey Jr. anda melhor, e ele foi pego com mais drogas que um traficante colombiano fazendo estoque.
                 Bem, vamos passar por alguns filmes de sua carreira e perceber que na verdade, Mel Gibson sempre foi o grande ator reacionário, cristão maluco, anti-semita e paranóico que nós aprendeemos a apreciar.

               Mad Max - 
               Nessa película pós apocalíptica, Gibson interpreta um anti herói australiano sedento de sangue,m ou seja, interpreta a si mesmo. Não que o filme não seja muito irado, e também o é sua sequência, mas cara, deveríamos ter pegado a dica aqui. "Obrigado por sua atuação, Sr. Gibson, mas infelizmente teremos que recusar suas outras propostas de papéis para filmes de ação. Você vê, tememos que talvez não seja uma boa idéia permitir o senhor fica perto de coisas pontudas, afiadas, inflamáveis, explosivas ou que soltem projéteis potencialmente fatais. Por outro lado, temos aqui uma oferta de papel para o próximo filme do Robbie Willians"



                                  Parecia menos gay no filme

               O Ano em que vivemos em perigo-
               Eu não realmente vi esse filme, mas pelo que eu li, tem bastante sobre como comunistas são safados e como asiáticos não sabem cuidar de seus próprios países. Soa bem reacionário para mim.
                Depois desse filme temos alguns em que ele faz um bando de troço chato ou pouco memorável ou que eu não assiti (Ah é, e Máquina mortífera, que é um filme legal, eu acho) até resolver dirigir seu primeiro filme:
               O Homem sem Rosto-
               Esse é outro filme que eu nunca vi e francamente não verei, basicamente por isso aqui. Como se já não bastasse ter que assistir o eu normal não deformado e psicótico Gibsoniano, ainda somos agraciados pela visão do rosto do homem como se alguém enfiasse um tição em brasa e o tivesse ficado comprimindo por toda a duração dos três "O Senhor dos anéis" na face do sujeito- o que deve ser mais ou menos o enredo do filme. E outra coisa, só eu que vejo um leve sorriso de escórnia no garotinho? Então além da desgraça usual, ainda temos o filhote do anticristo que se diverte rindo do tormento alheio. Babaca.
              
               Coração Valente-
             Ah, aí temos um filme que todos gostamos, certo? A história de William Wallace, de acordo com Peter Griffin: "Um herói britânico que libertou a Grã-Bretanha dos britânicos". É interessante, divertido e nos mantêm entretido por toda sua longa duração. Parece à prova de críticas.
              Exceto pelo imenso e inexplicável ódio aos ingleses contido no filme.
              Ok, por se tratar de um filme de um herói escocês que é fodido epicamente por ingleses, é normal que exista algum ódio. Mas não, aqui o ódio escapa POR TODOS OS POROS. Tudo que é inglês, incluindo o relativamente competente rei que eles tinham naquela época, é reduzido a um nível abaixo de um mal tocador de gaita de foles.
             Ah é, sem falar que o filho do rei retrata bem toda a homofobia guardada pelo Mel. Bem irônico  prum filme em que o herói usa saias.


É isso aí, isso é uma maldita SAIA.

                  O Patriota- 
                  Neste filme, temos uma cena épica em que o personagem do Mel massacra uma legião inteira de, você adivinhou, ingleses. Sem falar que o papel dele é levemente baseado em Francis Marion, um herói real da guerra revolucionária americana, que entre uma batalha ou outra, costumava massacrar índios e estuprar suas mulheres. Naturalmente, nessa época nosso amigo ator ainda mantinha alguma de sua sanidade, então ele não fez de seu herói um sangüinário que forçava sexo com índigenas. Mas ainda tem um monte de inglês morrendo, de qualquer jeito.

                 Do que as mulheres gostam-
                 Esse filme é ruim
               
                 Fomos Heróis-
                 Também é ruim

                 Pocahontas-
                 Também é ruim. E racista.


Na foto: Racismo

                 A Paixão de Cristo- 
               Provavelmente por fazer filme ruim atrás de filme ruim, aqui o Mel Gibson surtou e construiu um verdadeiro ode ao ódio e as figuras sacras sangrando (aliteração FTW). Eu não sei por que, mas  assim que os créditos finais apareceram, comecei a refletir e cheguei a conclusão de que o Mel pode não gostar de judeus. Talvez seja por que eles são retratados como os filhos da puta que mataram o filho de Deus. Talvez seja por causa das declarações ultra anti semitas que ele deu, eu não sei. De qualquer forma, bem, digamos que eu não cantaria Hava Naguilá por perto dele, só por precaução.
               Outra coisa engraçada, aqui temos um personagem principal que sofre ridiculamente tanto que até os ilustradores medievais ficariam de estômago embrulhado. Não, deixe eu refazer isso. O Jean Claude Van Damme sofre nos filmes dele. Em "A Paixão de Cristo", Jesus apanha tanto e tão gratuitamente, é um espetáculo tão sádico que fará você se perguntar se não entrou em um episódio particularmente violento de "Vídeos ìncriveis".

              Apocalypto-
             Apesar de cinematograficamente muito superior ao filme do Messias sofredor, Apocalypto não deixa de ser maníaco, racista e simplesmente bizarro.
            A idéia central do filme é O QUE CARALHOS ESTÁ ACONTECENDO. Apesar que se você não entendeu, não tem importância, já que ele só parece querer dizer que os nativos americanos são um bando de seres sem coração,  pouco civilizados e que deveríamos enfiar o cristianismo suas gargantas abaixo.
            Além de que, me perdoem a arrogância, mas os erros históricos dele são simplesmente absurdos. Primeiro, a civilização retratada teoricamente é a maia, que, ao menos que aquele sacerdote do filme fosse um Necromancer Lvl 35 com um  bastão de inteligência +20, os reis e soldados maias estariam excessivamente mortos para causar qualquer problema que fosse. Ah é, e imaginando que fosse os Aztecas os retratados (não eram), a civilização não era miserável e decadente como mostrada(por que afinal, índios só podem ser miseráveis e decadentes lol) mas sim estava no seu apogeu. Quer dizer, até os espanhóis começarem a atirar varíola por aí.
             Segundo: vamos considerar que aqueles maias em particular tivessem entrado num vórtice temporal  bizarro e fossem parar no século 16 pré colombiano. Bem, eles eram possivelmente a civilização mais avançada em termos de astronomia da época, então eles já tinham entendido que um eclipse É SÓ QUANDO A DROGA DA LUA FICA NA FRENTE DA PORRA DO SOL. Se fosse vida real, provavelmente não só os civis iriam não dar um ataque histérico como também tirariam fotos do acontecimento e postariam no Orkut.
             Finalmente, uma rápida pesquisa nos anais (ui!) da wikipedia diz que nunca, NUNCA pessoas foram sacrificadas para aquele tal Deus Kukulkan. Então a cena do sacríficio não traria nenhuma novidade em particular, além de certamente deixar Kukulkan assustado pra caralho.


                                     Kukulkan diz: "WTF !11!"                            


       
               De um certo modo, eu sinto pena do cara. Ele tinha tudo, mas deixou as vozes na cabeça convencê-lo de que o mundo seria destruído se ele não matasse todos os judeus, índios e ingleses que pudesse. Ou pelo menos fizesse um filme derrogatório sobre eles.
                Por outro lado, isso é o que dá quando coisas boas acontecem com alguém além de mim.
                  
             

domingo, 11 de outubro de 2009

Um país que é uma merda: Austrália

 

          Um alto índice de qualidade de vida. Uma grande e pujante economia. Bonitas paisagens para onde se olha.  AC/DC. Kaiser, como você pode dizer que a Austrália é uma merda? Você pirou? Está fora de sua consciência?
          Bem, não se preocupem coleguinhas, irei provar pra vocês que essa ilha maníaca chamada Austrália não passa na verdade de  um psicopata travestido de país! Logo verão por que....

           Por que é uma merda:
           Primeiro: Não sei se voces pararam para olhar o mapa australiano, mas um pouco fora daqueles belos centros urbanos, fora dos limites da grande Melbourne, fora do sedutor brilho dos arcos da ópera de Sidney, existe um deserto cujo o único objetivo é te fazer morrer da pior maneira possível. Humano, lhe apresento o Outback
                                               
                                                                                                            


  

"Eu vou comer sua alma"

             Por mais que o nome do restaurante possa te enganar, não existem refills grátis no outback australiano. A menos que seja um refill de uma caneca de dor. Acompanhada de batatas com cheddar. Cheddar e desepero.
                 Para começar, é quente. Realmente quente. Você acha que o Saara é quente? Você não viu nada. Temperaturas acima de 50 graus são lugar comum aqui. Na verdade, é tão quente e seco, que as plantas do Outback tem o péssimo hábito de subitamente pegar fogo, então você pode estar dando um passeio no parque por um momento e em outro estar preso em uma floresta em chamas. E achavas que esquecer aonde tinha estacionado era o pior que podia te acontecer.
                Além disso, se perdeu aqui? Por que não fez logo o testamente antes de sair de casa? O deserto australiano é uma área imensa, de díficil orientação, pouco povoada e, como o nome "deserto" sugere, não tem lá muita água. Por outro lado, tem várias reservas de metais, então você pode ter a chance de achar um pouco de ouro antes de morrer uma morte excruciante. A fortuna lhe sorriu mesmo!
                  Mas não é so deserto maníaco que é uma ameaça para sua vida. Mesmo que você não saia da cidade para a natureza, a natureza pode te caçar com uma vontade assassina. Isso por que os animais australianos não podem ser chamados de animais, e sim de versões com coração do Exterminador do Futuro.
                  Digamos que você deseja dar uma nadada refrescante, para fugir do calor de 45 graus que está flambando seus miolos. Fico feliz em dizer que você pode perecer de diversas maneiras diferentes. Talvez você nade para o lugar o lugar errado e tope numa box jellyfish, morrendo de envenenamento em cinco minutos, se tiver sorte. Se não tiver, o suplício demora um pouco mais. Aí você morre.
                   Mas talvez você tenha roubado o cinto de utilidades do batman e fez questão de colocar seu repelente anti água viva para não sofrer destes problemas. Ora, você ainda pode topar com polvo de anéis azuis, o polvo mais venenoso do planeta. É isso aí, ser morto por um polvo - não uma lula gigante, não um kraken, um polvinho minúsculo - deve ser a morte mais humilhante entre as mortes. E cara, eu nem falei do peixe pedra, o peixe mais venenoso que existe. Ele tem espinhos nas costas que quando você pisa, bem, você vai desejar que cortem logo suas pernas. O melhor é que o peixe nem precisa deles pra caçar e seriam inúteis pra se defender, então eles só ficam aí pra te sacanear, humano imbecil.
                    Ah é, já mencionei que a Austrália é o país com maior número de ataques e mortes por tubarões no mundo? E a maioria desses ataques são sem provocação anterior. Cientistas acreditam que, contaminados pela energia australiana, os tubarões simplesmente dizem "Que se foda, vô matar esse surfista, odeio o Filipe Dylon" e arrancam os membros de um pobre nadador.
                    Nem vou falar do interior. Lá só tem a cobra mais venenosa e agressiva do planeta, o crocodilo de água salgada, o maior réptil existente e com gosto por sangue humano e o dingo, um tipo de cão com o péssimo hábito de devorar bebês.

 

E essa piada cruel de Deus.

                Também acho que seria legal citar que a Austrália tem uma frequência pouco usual de impactos de meteoros, então, sei lá, você pode ter escapado de tudo isso incólume e ser acertado aleatoriamente por uma pedra espacial gigantesca em chamas. Que azar, né.

                 Nomes de merda:
                 Ned Kelly -  Se não bastasse ser assassinado por criaturas sem consciência, você também, nos velhos tempos, poderia ser assassinado por seres com bastante noção do que estavam fazendo. Os criminosos australianos se chamavam "Bushrangers" e o mais famoso de todos eles era Ned kelly.
                  Nedinho tinha começado á assaltar fazendeiros aos 14 anos e já era um criminoso convicto. Para efeito comparativo, nos meus quatorze o maior crime que cometi foi pegar um chiclete escondido do lugar onde jogava videogame, e isso me aterrorizou com a possibilidade ser condenado por um bom tempo. Enfim, Ned passou a adolescência roubando, assassinando e vendo reprises de DragonBall Z até se meter com o pessoal errado e assassinar 3 policiais. Daí se estendeu uma gigantesca caçada pelo homem, que culminou em um épico tiroteio no Outback (ó ele aí de novo) aonde os servidores da lei australianos capturaram Kelly numa armadura de metal, completa com elmo, que ele mesmo havia confeccionado e que o fazia parecer  o cavaleiro negro do Monty Python. Eu não tenho idéia de como ele construiu esse troço, ou se era prático,  ou mesmo se funcionava , mas creio eu que ele construiu só pela idéia de como ridiculamente maneiro ficaria usando aquilo. Provavelmente passou o tiroteio todo trocando high fives com cangurus e aborígines.

"Eu estou te vendo rir do meu cabelo, filho da puta?"

             Depois disso tudo que escrevi aqui, espero que reflitam antes de decidir realizar seu próximo intercâmbio para a Austrália. Vão para um lugar de língua inglesa mais seguro, como a Nigéria ou os subúrbios de Los Angeles. Ei, pelo menos as chances de ser atingidos por meteoros são mínimas.
 
                              "Isso é o que eu penso da sua arte!"                                       
                                                                                                               
                
                                                                   

                                             

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Fuck the Nobels





Minha primeira reação ao saber que Barack Obama tinha conquistado o prêmio Nobel da paz foi um sonoro WAT. Chequei todos os meus dadpos de informações inúteis que acumulei no último um ano e meio de campanha e presidência Obamística e além de um trastado meio obscuro de não prolieferação de armas nucleares com a Rússia, não me lembrei de mais nada. Quer dizer, o Barack Obina ainda tem duas guerras pra resolver, e duas guerras que não parecem nem próximas de um fim que não involva um banho de sangue alucinante nos dois lados. Todas as tentativas de acordo com o Irã, a Venezuela e a Coréia do Norte resultaram num retumbante fracasso.
Obama é o primeiro sujeito a ganhar um nobel por esperar que tudo fique bem. Ele me parece o cara que diz: "Ei galera, vamos fazer pensamento positivo para que tudo se resolva!" mas não faz nada concreto em relação á isso. Bem, ele ainda é melhor que o Al Gore, que ganhou um nobel por fazer uma apresentação de duas horas no powerpoint e que o Yasser Arafat e o Henry kissinger, que ganharam por, sei lá, não assassinar tantas pessoas como tinham planejado inicialmente.


Baraka Obama se diz emocionado com o prêmio




E não é só o prêmio Nobel da paz que me trouxe uma tremenda decepção. O de literatura, o único outro ligeiramente interessante para mim, um pseudo intelectual que gostaria de fingir que já leu os livros do sujeito antes de ele ser eleito  antes de vocês, seus modinhas, se mostra novamente frustrante. Quem ganhou foi uma romena chama Herta Müller
Herta who?
Sem querer julgar uma escritora que eu não li, acho que não é certo premiar uma pessoa semi desconhecida com uma medalha que se declara a fim de homenagear os maiores e mais infouentes escritores vivos. Na boa, olha só quem poderiam ter premiado: Carlos Fuentes, Umberto Eco, Philip Roth , Thomas Pynchon, Salman Rushdie...mas decidem dar o nobel pruma aí pra pagar de underground
Bem, foda-se o Nobel. Estou criando meu próprio prêmio, o Kaiser. O prêmio será eu pagando um acarajé do metrô da estação de Botafogo praquele que se destacar nas áreas científicas, literárias, economicas e pacíficas. Ou só pra quem fizer algo que eu ache realmente legal.
O Lévi Strauss disse que vai dissertar sobre se as questões antropológicas culturais afetam ou não sociedades auto-reclusivas enquanto planta bananeira e faz malabarismo com serras elétricas. barrem isso, manés.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

YAD VASHEM


Para Paul Celan

     Não existe mais Deus, apenas o azul silencioso do céu. Disse Nietzsche: “Deus está morto” e realmente está, contudo não sei aonde. Talvez esteja em alguma cova comunitária com outros anônimos e um furo na nuca. Talvez tenha escapado pelas chaminés, se misturou com as nuvens e agora as tinge de cinza. Talvez tenha definhado numa cama sem estofo, tomou tanto gosto pela escuridão que se rendeu a ela e se mesclou com as sombras na parede. Meu bom Senhor, não teve ninguém para chorar a sua morte.


       Aquele homem era rico, tão rico. Sua fortuna era alardeada de Danzig até Cracóvia. Agora ele anda arrastando os pés e de cabeça baixa – outrora empinava o nariz e falava alto – todavia olhe seus olhos, brancos, vazios, ainda parecem pérolas. Ele tinha um filho, o filho agora é só memória, e elas não têm valor nenhum.


       Eu também tinha alguém. Eu tinha uma mulher que ria, andava nas pontas dos pés e colocava flores no cabelo. Hoje ninguém, nem mesmo eu, nem mesmo eu, estive presente para repousar uma flor, uma pétala que fosse, em sua cova. Ela agora é vários, e seu corpo que eu conhecia tão bem provavelmente não seria capaz de encontrar no mar de ossos e dentes.


       Gostaria de imaginar que esta fosse uma provação de Jó, mas não sinto a ira divina, ou o escárnio satânico. È a incapacidade dele, não compreende a sua criação. Tomou a forma de um homem nu esquelético, de cabeça raspada e me diz: “Me desculpe, me desculpe, eu gostaria de estar aí, eu faço o que posso, veja, renuncio a minha posição de onipotência, sou como você, como você!” E chora, mas não sei dizer se chora de tristeza ou é a fumaça que lhe faz lacrimejar.


        Mais tarde serei eu. Se tiver azar, vou ser deitado com outros tantos, mãos sobre minhas mãos, pernas enroscadas em minhas pernas, vou engolir o solo e seu sal. A terra clama o que é dela por direito. Será que conversam quando ninguém mais os vê? “Meu nome é tal, e eu era, mas já não sou”. “Eu me chamava assim, por um momento tive uma vida, uma casa, uma família. Veio a desgraça e agora nada mais possuo, só a poeira que me entra pela garganta e olhos e você, que me dá a mão, mas eu nem consigo ver seu rosto!”


          Se tiver sorte, vou evaporar e desmanchar no ar. Não, não, é uma escapatória fácil. Nós vamos nos vingar. Vamos fugir dos muros que nos cercam, brincar no arame farpados e atravessar campos tristes. Invadiremos suas casas – passaremos pelo vão da porta, por uma janela aberta – e vamos comê-los por dentro. Estaremos na comida que comem, deitaremos em suas camas com eles, escorreremos pelo ralo no banho (só para retornar mais tarde), envolveremos seus filhos, suas esposas. Somos o anjo da décima praga, não há como se desviar de nós, os puros, matem um cordeiro e pintem sua soleira com seu sangue e esse cordeiro será vocês. Aos ímpios, beijaremos sua boca, passaremos nossos dedos sujos de fuligem pelos seus lábios, nossas línguas roxas em suas línguas. Você nos respirará e entraremos em seus pulmões e circularemos pelo seu sangue. Forçaremos suas lágrimas, escondidos em suas pálpebras, comprimiremos nossas mãos sujas e poeirentas  em sua córnea. “Leite negro da manhã nós bebemos e bebemos” até que sua casa esteja cinza, rota e esquálida como nós.


           E dormiremos na tumba onde não se dorme apertado.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX


Bizarro. Isso é um texto sério, meu. Nem acredito nisso, que tomei coragem de postar material criativo meu aqui. "Criativo" entre aspas, por que foi inspirado no poema "Todesfuge" do Paul Celan (por isso a homenagem rídicula á ele no ínicio). Não pensei que fosse fazer isso em dia, essas coisas são muito pessoai se francamente, não sei se recebo críticas muito bem. Quer dizer, não vou me descabelar ou me suicidar, mas não é como que eu quisesse que gente que eu não confio lesse essas coisas. Bem, paciência. Taí. Se gostarem, ótimo, se não gostarem, tudo bem.(sério)






sábado, 3 de outubro de 2009

Tempo dos Ciganos (1988)





Hoje em dia cigano tá na moda. Taí o Gogol Bordello que não me deixa mentir. Mas nem sempre a vida foi boa e pacífica para essa galera. Na grande maioria das vezes, e até hoje, os ciganos são chutados pra lá e pra cá, tem entrada recusada em vários países, vivem em situação de miséria e já sofreram um quase extermínio na mão do Adolfinho.
Perhan vive com a avó, a irmã doente e o tio beberrão e apostador numa favela da Iugoslávia. Ele poderia ser mais um cigano normal, conenado à vida de penúria e miserê se não fosse uma coisa que o fizesse especial - Perhan tem poderes psíquicos. São esses poderes que atraem o "rei do dinheiro" , Ahmed, que convence Perhan á entrar para a vida de trambiques em Milão.
Todos os filmes do Emir Kusturica, o cara que fez esse filme, se assemelham, mas isso não é necessariamente ruim. levando em conta que o cara fez "Underground", um dos filmes mais fodásticos dos últimos anos, na verdade até que isso pode ser bom.
Pra começo de converso os filmes dele são bem humorados, e se utilizam de um humor entre o bizarro e o circense. Por exemplo,quando Ahmed chega na cidade, a cena é a mais absurda possível: Ele e sua comitiva vem numa carro caindo aos pedaços, de terninho branco (estilo malandro da Lapa), com uma criança batucando num tamborzinho encima do carro e cantando no tom mais monótono possível: "Oh Ahmed, que carro lindo você tem, você é o rei do dinheiro..." enquanto a favelada cigana se junta para esmolar alguns trocados.
Depois, todas elas ligam com o conflito social e étnico na velha Iugoslávia. Se em Underground o país é cortado ao meio pelas guerras entre antes companheiros étnicos - e isso gera um dos momentos mais grandiosos do cinema moderno, em que o filho morto do personagem principal se vira para a câmera e diz: "Com tristeza, dor e alegria vamos nos lembrar de nosso país, e contaremos histórias para nossas crianças como contos de fadas: "Era, uma vez, um país..."" - aqui, se trata de , obviamente ciganos.
Em seguida, dá pra se ouvir a sempre presente trilha de Goran Bregovic. O cara é um gênio, fato. É uma música muito dançante, divertida, alegre, como são os filmes de Kusturica, mesmo com tanta melancolia presente.
Finalmente, há o sentido de comunidade. Todo mundo tem seu lugar no mundo Kusturiquiano, e a quebra acontece quando alguém deixa o seu lugar ou o tem invadido. Dito isso, se não há quebra, todos vivem numa luta de pequenos conflitos, claro, mas também numa atmosfera festiva, de bebedeira, interação e música. Pode não ser um mundo perfeito, ou fácil, ou sério. Mas é um mundo em que eu não me importaria de viver.

PS: O Kusturica lançou um documentário sobre o Maradona tem pouco tempo. Traiu o movimento.
PPS: Ouçam essa peça do Bartók (não o morcego da Anastácia, o compositor) e digam se cigano não é igual á legal, fuckers: http://www.youtube.com/watch?v=2Vtx8NfvOiA 

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Atitude extrema, yuhuuu!

Doutra feita estava eu no supermercado, gastando minha vida, quando me deparei com uma caixa de cereal que anunciava: "Sucrilhos Kellogs, o Cereal radical!"
"Finalmente!" Exclamei eu, assustando uma velhinha no processo "Terei o café da manhã XTremo que mereço!"
Tremendo de excitação, corri para a casa e coloquei os sucrilhos sobre uma tigela, esperando que, no mínimo, ele me enchesse de porrada até eu desmaiar, abrisse minha mandíbula na marra e forçasse seu caminho até meu estômago, enquanto surfava em suco gástrico. Mas nada, ele só ficou ali parado, como o chato, sem graça e industrializado alimento que é.


                         Nunca milho processado foi tão emocionante

O que me lembra o Gatorade. Aparentemente, a idéia central do gatorade é que beber um líquido cor néon vai te fazer mais radical, aventureiro, etc..Não sou médico, então não me cabe negar os poderes energéticos da bebida, mas sério, precisa mesmo de um marketing tão vergonha alheia?


Gatorade: Agora com 80% mais urina de Alien
  
Você e eu sabemos para quem é voltado essa mongolice extrema. É isso mesmo, nós, adolescentes, jovens, e companhia ilimitada. Aparentemente, publicitários de todo o mundo tem essa idéia de que adolescentes são uma galerinha muito da pesada que apronta altas confusões. Sim, você não sabia? Todos nós vivemos num episódio realmente longo de Rocket Power. E para combinar com nossas emocionantes estripulias, precisamos ter o energético certo, o sucrilhos certo, a roupa certa, o óculos certo que nos permitirá realizar atividades tão cheias de adrenalina que farão seus globos oculares explodirem.
Alguém precisa avisar á eles que a realidade é meio que diferente. Ninguém que eu conheça, ou pelo menos a maioria das pessoas que eu conheço, costumar ir direto da cama pra pista de skate, só parando pra tomar um Milk Shake XTremo. Eu não sei de aonde vocês tiraram que a gente costuma viver fazendo kitesurfing, andando de moto sem as mãos ou err.., o que diabos pessoas radicais fazem, sei lá, sexo com gnus.


Você sabe que você quer

 
Quem começou com essa história toda? Foi Coca-Cola, quando contratou o Chorão, aquele cara, que apesar do nome de emo, é cheio de "atchitudgi, yeaaah.."? Isso tem que parar. Outro dia eu estava em casa, parado, e comecei a me perguntar por que não fazia alguma coisa bem radical para carimbar meu certificado de jovem descolado como meter a mão no ventilador/pular de um trem em movimento. Certeza que é por isso que o número de mortes de jovens no Brasil e nos EUA é tão grande.
Vocês querem convencer adolescentes a comprar seus produtos? è muito fácil e menos patético. Só coloque em letras garrafais no rótulo: "Vai aumentar em 75% as chances de você conseguir uma transa". Sério, a grande maioria das pessoas não iria nem se questionar em como um alvejante ou uma barra de cereal iria facilitar com que você se desse bem.