sábado, 30 de janeiro de 2010

Por que ser homem também é um saco

Ok, esse texto vai ser meio estranho. Vou tentar ser bem humorado, apesar de estar falando de coisas que realmente sinto e acredito. Que venham os gritos de GAY.

Essa sexta feira fui numa festa em que conhecia umas 3 pessoas, ou seja, podia ser um imbecil sem me sentir mal por isso. Lá tinha uma garota, que, não direi que era linda por que essas coisas são subjetivas, mas direi que eu assim a achei.
Agora, eu nunca vi e provavelmente nunca mais verei essa garota na minha vida. Eu, honestamente, não me considero uma pessoa chata e diria até que sou moderadamente bonito. Ainda assim, aquele carinha babaca que vive no meu cerébro puxou a alavanca do TRAVA TUDO JÁ e  nada aconteceu.
"òtimo" pensei "mais um dia glorioso na vida de Bernardo Kaiser, nada como voltar pra casa sozinho e dormir bêbado ao som de Smiths."
Fui  falar disso pros meus amigos e prum desconhecido aleatório - lembrando, eu já estava meio alcoolizado - e descobri que todos eles se sentiam assim.
Esse grupo com quem eu estava não era exatamente homogêneo, apesar de ter suas similaridades. Quer dizer, não é como se todos ali fossem a mesma pilha de confusão e insegurança que guia essa vidinha aqui não é? Sim, é.

Pras mulheres, podem ter certeza que existem 3 tipos de homens no mundo:
Os Clint Eastwoods:
 
Se você não quer ser assim, tem algo muito errado com você

Os babacas:
  
 
Se você quer ser assim você provavelmente já o é
E as pessoas normais, que correspondem á 97 por cento da população masculina. Essas pessoas normais são, á primeira vista, completamente diferentes. São tanto o emo que faz poesia ruim no myspace como o cara que empilha tijolo no sol. Mas coloque essas pessoas contra algo que questione a sua visão de si mesmo - ou seja, tudo o que acontece na vida, o tempo todo - e os veja derreter aos poucos, como um vulcão da feira de ciencias que deu errado.
Por que sabe, as mulheres podem se achar tão assustadoras e impróprias quanto quiserem, mas são sempre buscadas e procuradas. O homem, por sua vez, está eternamente numa competição não anunciada mas claramente entendida um com o outro. Por isso todo homem está inerentemente sozinho.
Esse é um peso bem grande, sabe. Não é a toa que proporcianalmente, tanto a parcela masculina dos artistas quanto dos serial killers são maiores que a feminina. Isso deixa uma pessoa louca. Alguns expressam essa solidão fazendo obras primas, outros estripam pessoas em becos, outros dormem bêbados ao som de smiths.
Não me entendam mal, não quero subestimar as mulheres, entendo tanto da alma feminina quanto o Dado Dollabella entende de história dos Balcãs. Com certeza elas devem ter seus próprios conflitos que um homem nunca, nunca iria entender. 
Mas é só para terem certeza, e acho que os homens aqui vão concordar comigo, debaixo da carapaça de EU SOU FODA POR QUE MATO MAIS GENTE NO CALL OF DUTY está o morrissey cantando So for once in my life let me get what i want lord knows it would be the first time. (sim , eu sei que essa frase foi muito homossexual, mas foda-se). O negócio é que só sendo um completo narcisista ou tão fodalhão que desafia o tempo e o espaço para desviar disso numa boa.
Ou talvez tudo que eu esteja falando aqui seja besteira e eu só queira extravasar alguma frustração idiota que ninguem realmente se interessa. Enfim, acho melhor parar por aqui antes que eu cante os greatest hits do ABBA. Se concordam comigo, comentem aí, se discordam, enfiem um peixe no cu e finjam que são o Namor.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Destruidor de discussões

Foi preso num debate sem saída? Os argumentos de seu adversário são bem superiores ao seu? O juiz não acredita que você é inocente?

Não precisa se preocupar! Veja aqui como ganhar qualquer discussão facilmente!

Dizem que foi assim que o Bush ganhou todos os seus debates presidenciais

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Nem tão grande perdas do último milênio

Para alguns, o segundo milênio (1001-2001) foi uma festa. Saiu da molengagem do primeiro milênio depois de Cristo e da falta de calças de todos os milênios anteriores. Mas não foi só uma época de festas, bebedeiras e peste negra. Perdemos alguns grandes personagens de nossa história nesse período funesto. Da Vinci! Newton! Napoleão! Leandro, do Leandro e Leonardo!
Esse post é um tributo para aqueles homens e mulheres bravos que perderam sua vida nesses mil anos que vivemos também, mas por algum motivo são esquecidos pelas restropectivas.



Haakom, o inseguro (987 - 1054)
Esse rei viking Norueguês passou 7 anos planejando sua invasão á Bretanha, sempre se preocupando com o que poderia dar errado e o que o pessoal do escritório e aquela gatinha da acontabilidade iam pensar. Eventualmente ele iniciou o ataque, mas ficou tão nervoso que desistiu no caminho e foi pra casa assistir uma reprise de Two and a Half Man




"Soldado 113#" (1124 - 1157)
Esse bravo extra encontrou seu fim na grande cena de batalha de Rollalfajor, junto com outras centenas de mudos e não nomeados figurantes, que contudo atingiram o objetivo de proteger os personagens principais, conseguindo realizar o clímax do filme com sucesso. Foi sobrevivido por seu filho, "Garoto com doce".



Jian San Huon (1237 - 1298)
Burocrata da corte imperial chinesa, Jian foi peça principal na passagem da lei Hua, que permitia o uso de ataques de energia e/ou qi em competições de kung fu, desde que os utilizadores destes tirassem um registro especial em qualquer filial do governo chinês.



Sultão Abdel-Ibn-Khalyff (1321-1367?)
Inventor do Falafel, expandiu o império islâmico por todo Golfo Arábico, após declarar uma jihad contra os peixes infiéis do Oceano. Foi engolfado por sua barba em 1364, sendo buscas declaradas encerradas 3 anos depois








Fiorentino della Fascistta (1457 - 1532)
Inventor da Renascença, quando alegadamento se levantou da lama aonde chafurdava e declarou aos seus companheiros: "Foda-se esta porra, vocês podem rolar na merda o quanto quiser, tô indo descobrir a perpesctiva e pintar troços"













Dom Diego de La Vega (1500 - 1540)
Descobriu a Grã bretanha em 1531, e ficou realmente bastante surpreso ao saber que todo mundo sabia onde a Grã bretanha ficava, pra começo de conversa. Tentou novamente emplacar no mundo dos Grandes Descobrimentos ao encontrar a chave de casa do duque de Toledo, mas seus adversários alegaram que isso não valia, ao menos que a pre citada chave estivesse em El Dorado. O mais engraçado de isso tudo é que ela realmente estava em El Dorado, mas Dom Diego confundiu o local com Nilópolise e morreu esquecido, de escorbuto.




Sir Alfred Van halen (1593 - 1661)
Criado pessoal de Carlos segundo, foi brevemente imperador da Grã bretanha, ao sentar no trono vazio quando não tinha ninguiém olhando. Famoso também por ter um dos testemunhos mais elucidantes sobre o grande incêndio de Londres, quando escreveu em seu diário: "E as chamas, cara, ah, meu, porra, olha isso, olha esse fogo,cara! isso deve estar tipo, uns montes de pés de altura! E o centro da cidade, cara, ah, porra, hahahaha, voces deviam estar aqui vendo isso"





Joaquim Molutumbo (1711 - 1756)
Foi o primeiro escravo liberto em terras brasileiras e prontamente após sua alforria, compôs um disco conceitual de axé de pesada crítica social mas que todo mundo confundiu com o novo do Chiclete com banana (na época em que o vocalista ainda era um pirata de verdade). Decepcionado, Joaquim largou a carreira de axézeiro conceitual e foi ter aulas de violão com Doryval Caymmi (que havia feito 55 anos) mas morreu do coração antes de lançar "Acarajé com aroma de mulher", seu disco de mpb com umas pegadas funks, reggae, polca e death metal melódico, até por que a gravação ainda não tinha sido inventada.


Johannas Obermeister der Ratthaus (1799 - 1854)
Futura rainha da Uva (1841), Johannas era considerada a maior flautista de seu tempo, mas desistiu da carreira, após um trauma pessoal num concerto em Viena, quando, durante seu solo de flauta doce, ouviu o Marquês de Munique se levantar de seu assento e exclamar: "Ei, sabe mais o que você poderia tocar? O MEU PÊNIS!" e o viu trocar um High Five com o Duque de Nápoles 






Lex Worthington the second (1859 - 1913)
Bilionário, empreendedor e possivelmente maníaco, Lex se gabava de possuir em suas fábricas operários cujas idades somadas não os permitiriam dirigir um carro. Apesar de ser verdade que a grande maioria de seus empregados tinham altura de uma criança em idade escolar, tal informação podia enganar os desavisados, já que muitos desses empregados eram baixos apenas por terem tido as pernas arrancadas pelas máquinas do local.





Reichkomissar Wilhelm aus dem Mauer (1890 - 1945)
Descrito por parentes proximos como "Meio que um babaca", Wilhelm não tinha realmente problema algum com judeus, se os judeus no caso estivessem mortos e carbonizados. Mais do que seu envolvimento com o Holocausto, Wilhelm foi punido com a pena de morte em Nuremburg por falar no telefone durante os filmes e tentar passar com carro por sinais de trânsito no amarelo durante engarrafamentos, mesmo sabendo que provavelmente vai acabar parando no meio do cruzamento e prendendo todo mundo. Mas que babaca.




Mario Ferraz  da Costa (1955 - 1999)
Ele foi, por 3 minutos, o melhor jogador de king of Fighters que já existiu na história.
Durma bem, doce princípe.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Querida, engoli a Finlândia





J.R.R. Tolkien era um cara á quem nos meios acadêmicos nos referimos como "Inteligente pra caralho". Ele era um estudioso respeitado, que havia sido codebreaker na segunda guerra e falava 25 línguas e dialetos, incluindo finlandês, grego, lituano, galês medieval e frênico, que eu acabei de inventar.
Sendo um fucking genius, Tolkien decidiu que iria criar um novo mundo. Não, não um novo mundo simplesmente, mas literalmente um novo universo, com sua história, sua língua, seu mito da criação e etc...
O que Tolkien acabou fazendo, na verdade, foi mais do que isso. Ele publicou sua série mais conhecida, O Senhor dos Anéis, na década de 50, um período de grande turbulência no mundo e inovação em todas as artes. O que falhamos em perceber á todo momento, é como a série foi algo totalmente excêntrico para o período.
O Senhor dos anéis é um retorno ao romantismo medieval. Sua forma de escrita retoma a forma dos épicos de 5 séculos atrás. Ele ressucita os monstros em suas formas originais. Hoje, nesse nosso mundo de Dungeons e Dragons, Warcraft e coisas extra virgens, tomamos por lógico que elfos são magros, altos e arqueiros, anões são baixinhos, vivem embaixo da terra e ferreiros, e orcs são maus e assassinos.
Naquele período em que Tolkien vivia, isso havia sido esquecido. As criaturas mitologicas européias haviam sido emburrecidas e simplificadas, para dar espaço á máquina. A própria Europa queria se afastar de seu passado, e só quem usava a iconografia pagã de tempos antigos eram os nazistas e os fascistas - gente de quem todo mundo queria ficar longe.
J.R.R. não podia dar mais a mínima. Ele era um medievalista declarado, e um estudioso dos mitos ancestrais que o velho continente havia taxado de obsoletos. Quando ele leu o épico finlandês Kallevalla, que tratava de um anel mágico construído por um ferreiro e disputado por humanos e uma criatura maligna (sim, isso está bem bem abstrato, mas é que minha internet tá uma merda, então não tô conseguindo pesquisar) surgiu a inspiração para escrever seu maior clássico.
Dessa maneira, ele e seu contemporâneo C.S. Lewis retornaram ao passado de seus próprios jeitos. Lewis com Nárnia, Tolkien com os anéis.
Assim como Lewis, Tolkien era cristão fervoroso, e na verdade, contribuiu com a conversão do amigo do ateísmo para o cristianismo. Porém, Narnia é um livro voltado para crianças, e por isso tem o Aslan/Jesus como aquele que guia a humanidade para sua redenção. Já no "Senhor", a humanidade até recebe ajuda para lutar contra Satã/Sauron, o pecado original/o um anel e sua própria perversão/Gollum de um Jesus/Gandalf - que morre para proteger-nos como um humano, mas retorna para nos redimir como divino - só que ultimamente cabe a ela ser o instrumento de sua própria salvação e herdar a terra: os orcs e uruk-hai são destruídos, os elfos vão para sua ilha da eternidade, os anões voltam para os subterrâneos.
Todo esse conservadorismo não era bem visto num tempo em que os intelectuais precisavam ser audaciosos e iconoclastas, mas mesmo assim ele conseguiu superar os preconceitos e ser aceito entre todos os círculos, ultimamente.
Não que o livro não tenha seus defeitos: é verborrágico, insiste em idéias repetidas e, como em qualquer épico, ignora as características de cada personagem para dar maior concentração á história. Desse maneira, tempos uma avalanche de personagens principais rasos e personagens secundários dispensáveis.
Contudo, o maior problema da obra não é realmente sua culpa. Graças ao seu grande sucesso, o épico gerou um enorme número de cópias, imitações baratas e livros de gente que queria render apoiado no seu sucesso. Todavia, esse pessoal escrevia em seis meses, Tolkien passou toda sua vida lapidando o conto, pesquisando suas inspirações, criando línguas, povos e histórias plausíveis. Infelizmente, lendo-se acaba-se tendo aquela impressão de clichês, de "já ouvi isso antes", apesar de na realidade, aquilo foi o que foi dito pela primeira vez.
Ultimamente, seus livros são  nostálgicos, feitos por um homem que via a desintegração de um império em que arriscou a vida para defender em duas guerras mundiais.É um olhar melancólico e esperançoso, tanto para o passado como para o futuro. A paixão dele por sua cultura poderia até ser chamada de xenofóbica hoje em dia. Besteira, ele respeitava todas as raças e povos, e se opunha violentamente contra o Apartheid e os governos totalitários da época. Alguém poderia confundir Tolkien com um homem racista, porém a melhor denominação para ele é de um homem orgulhoso