sábado, 21 de novembro de 2009

Um atrasado feliz consciência negra

Alguns podem questionar a existência desse feriado, e não estão errados em questionar. Não se enganem, é uma medida populista que os americanos compreenderam que funcionavam a muito tempo. Eles vão mais longe, tem "o mês da consciência negra" e nem preciso falar da última campanha do Baraka Obama. Ele não possuia nenhuma proposta concreta e se baseou na plataforma: "Senhores, o fato de eu ser negro não é importante, deixem essa questão de lado. Mas sério, eu sou negro." Funcionou, e ele até ganhou prêmio nobel da paz por ficar no cantinho dele sem incomodar ninguém.
Mas existem sim motivos para qualquer um ter orgulho de ser negro e eu vou citá-los aqui, apesar de ser um branquelo ignorante que provavelmente soará racista.

1)MÚSICA
Uma coisa que os negros provaram é que os brancos não sabem criar música. Sabem  fazer música, mas criar um novo gênero musical é algo totalmente impossível para nós.
Ok, estamos falando de música popular aqui. É meio óbvio que Beethoven não veio do Sudão e Wagner não era exatamente conhecido pela sua negritude. Mas quando falamos de música para as pessoas normais (aka nós) não existe competição.
Vamos pelos mais óbvios: jazz, blues, rock - e consequentemente tudo derivado do rock - rap, samba - que foi pervertido por brancos na mega sacal bossa nova - funk americano, hip hop, até tango!
Na verdade, a propia música popular foi criada em sua essência pelos negros. Vamos até o ínicio do século 20, nos EUA da era de ouro, em que basicamente todo mundo era rico e saia queimando dinheiro em charutos de ouro, ternos de ouro e ouro folheado a ouro. Naquela época, as festas eram chatas pra caralho. Todo mundo tomava seus porres de rum ou que seja que bebiam na época e não tinham uma música maneira pra dançar muito loko.
Eis que surge do nada um cara chamado Scott Joplin (pai da Janis Joplin. Brinks) e subverte o piano chato e brega do período, criando o ragtime. Vocês já devem ter  ouvido, na verdade. Procurem no youtube por "Maple Leaf Rag" e "Ther entertainer" e vocês vão entender.
Enfim, esse cara foi o pai da música como conhecemos. Sem ele, nada de Charleston e sem Charleston nada de big bands, jazz, blues, rock e Metallica tocando EM FORTALEZA  sabe deus por que.


Pimpin' since 1905

"Mas Kaiser"  vocês me perguntam "Mas Kaiser, e o country e o folk eles são de sulistas brancões latinfundiários falou merda lol"
Bem, primeiramente, foda-se você, eu não gosto do seu tom. Segundo, por mais que os texanos da Ku Klux Klan odeiem admitir, até o country foi criado por negros!
As primeiras músicas folk americanas (que deram origem ao country) vieram de um cara chamado Stephen Foster que era...branco. Ok, ele foi o cara que gravou Oh Suzanna (Oh Suzanna, não chores por mim eu vou pro Alabama tocando meu bandolim e etc) em 18e guaraná de rolha, MAS ele gravou inspirado na música popular que já era tocada na época e que era chamada de música ETÍOPE por que era tocada por NEGROS. Se isso não fosse o suficiente, nosso amigo compôs para criar um show de menestréis blackface, que eram homens brancos com a cara pintada de preto imitando trajeitos negros de uma maneira totalmente não racista.

 
Totalmente não racista
 
Essa música e outras compostas por ele, considerado o pai da música popular americana, criaram um novo gênero em que uma galera colocava um violão na mão e enchia seriamente o saco de todo mundo durante luais. E também o country, que soa racista mesmo se estiver cantando sobre o luar no Tennesse
 
2) Blaxploitantion
Saca só isso:


Se isso aparenta ser muito maneiro, é por que o é. Existem muitas coisas que fazem o blaxploitation ser espetacularmente irado, uma delas é como todo mundo se veste de uma maneira badass, como existem várias gostosas que sabem ser sensual e não simplesmente vulgar como nos clipes de hip hop que temos hoje, como a música é absurdamente íncrivel (vide acima) , como nunca te deixa entediado, enfim, é um dos melhores gêneros que existem, não é de se impressionar que o Tarantino puxe coisas do blaxploitation toda hora, e até fez um filme do gênero: Jackie Brown, totalmente subestimado.É muito bom, tem a Pam Grier velha, que na época em que fazia seus filmes era MUITO GATA e até no filme mesmo gorda e de meia idade consegue mostrar que era bem bonita, enfim, divaguei bonito.
Enfim, um dia eu também filmarei um blaxploitation. O personagem principal será o Negão de Lima (piada interna) e ele lutará contra os manos quadrados e pouco funky da ditadura brasileira. Será um clássico, oh yeah.

3) Fazer o meu país
Eu sei que isso pode parecer surpreendente para muitos de vocês, mas eu realmente gosto daqui *GASP*. Eu realmente gosto do Brasil e me irrita extremamente papo de vira lata de nhénhénhé malandragem brasileira, cultura ruim, somos subdesenvolvidos e sempre seremos nhénhenhé. Foda-se. É claro que eu também gostaria que isso aqui fosse desenvolvido, que isso aqui tivesse números de Suécia, mas vou falar um negócio e quero que seis reflitäo: A Nigéria é o país mais feliz do mundo.
É sério.
Em uma pesquisa em que perguntaram para diversas pessoas em várias nações do planeta qual o nível de satisfação com a vida eles tinham, a Nigéria teve os resultados mais positivos.
É isso que todo mundo parece falhar em compreender. Um país não é feito de dados ou quantos leitos de hospitais ele tem, ou quantas tvs existem por casa, ou etc..É feito de pessoas, índividuos que são mais que uma estátistica. Não pensem que eu estou tentando diminuir a importância de se ter uma boa qualidade de vida, mas espero que vocês tenha  me entendido.
E os negros construiram o país junto com os brancos e os ínmdios e os deram características únicas que fazem dele um país que sabe buscar uma melhoria (mesmo que ás vezes em passo de tartaruga) sem perder a informalidade. Eu me sinto bem aqui, melhor do que outros lugares que conheço e já tive oportunidade de sentir o cotidiano.

Claro, isso é opinião pessoal, e eu sei que só 3 pontos podem parecer pouco, mas não quis fazer um tratado aqui. É claro que existem muito mais maneiras e motivos de sentir orgulho por ser negro (ou branco, ou índio ou árabe ou que seja) mas essas são as que mais significam pra mim. Bem, espero não ter soado piegas nem racista. Enfim.


 
Dito isso, esse monumento ainda é muito feio.
 

2 comentários:

  1. Seu campo amplo de conhecimento me fascina, Kaiser!
    Ri em inúmeros momentos com a sua irreverência, seja no "brinks" que segue a piada do Joplin ou na interna do Negão de Lima.
    E realmente me surpreendi com o fato de você gostar daqui.
    Enfim, gostei muito do seu texto. Você escreve muito bem! Se a diplomacia não estivesse no seu sangue, diria pra investir nessa área.
    Bjinns

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  2. Bonito, extraordinariamente bonito. De resto, só tenho a dizer que você me surpreende, cara. Um abraço de todo o Povo do Telhado!

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Ditadura do proletariado