terça-feira, 29 de setembro de 2009

Glorioso Blog da Revolução Popular abençoada!





Boa Tarde, camaradas! É com muito prazer que anuncio que o ditador burguês imperialista deste blog foi retirado do poder, e o controle da nação virtual foi entregue á soberania popular do povo!

(palmas)

Sim, camaradas! Glória das Glórias! Poderemos finalmente marchar livremente ao som de nosso cd preferido do Rage Against the Machine! Não mais sofreremos com a opressão capitalista neo-liberal imposta sobre nós por esse sistema americano desigual e permissivo!

(mais palmas, algumas pessoas fazem um "Woo-hoo!" enquanto balançam o punho erguido afirmativamente)

Chegou o momento de começar á reeducação social para que nossos filhos possam crescer num ambiente saudável, livre da mentalidade monetária pouco sadável e possam entrar em contato com a natureza popular campesina trabalhadora! Tenho aqui este livrinho que dará as dicas de como livrar sua mente dos grilhões do dólar!

(Entra uma bela mulher - vestida obviamente de vermelho - segurando um livrinho - também obviamente vermelho - onde na capa eu estarei acenando sorridente para uma multidão. Algumas mulheres desmaiam)

Primeiro, vamos acabar com essa palhaçada de "blogger". Isso é coisa de americano neo-liberal. Como nossa gloriosa seção popular de tradução não conseguiu traduzir o nome para a gloriosa língua campesina portuguesa, vamos chamar isso aqui de bolha, por que blogger, bolha, enfim, parece né. Depois, vamos banir esse sistema monetário. As trocas comerciais vão ser realizadas com cédulas de banco imobiliário, que valerão exatamente o que valiam antes de nossa maravilhosa revolução - nada.

(a multidão se explode em orgasmos, um homem entra espontâneamente em combustão)

Em seguida, tocaremos continuamente, em nossas praças da revolução (nota: governo socialista adora praça) os greatest hits do chico buarque, do RATM, do Caetano Veloso e só a música "Pra não dizer que não falei das flores". Mais que isso, vocês podem ficar tentados á entrar no ramo capitalista da música ou da gravação

(É possível perceber o êxtase maravilhado do povo.Alguns são levados por raios de luz em direção ao céu.  Um sargento da guarda vermelha revolucionária vira um rinoceronte. E também entra em combustão espontânea)


Não consegue ver a glória?

Todo mundo agora vai viver junto, olha que maravilha. O Niemeyer pessoalmente se ofereceu pra fazer os caixotes mais belos deste lado do Kremlin. Aliás, cinza é o novo cinza. Apenas uniformes cinzas serão fabricados, e apenas um por década para cada um, então vamos economizar.

(Cegos podem ver, surdos conseguem ouir. Um aleijado se levanta e entre lágrimas exclama: "Milagre, milagre!". Jesus desce da cruz, limpa as mãos e pega o próximo ônibus para São Miguel dos Milagres)

Logo logo, sairá a lista do que está revolucionariamente proibido (nota: colocar itens aleatórios como "cards colecionáveis do pokemon", "abajures sugestíveis", "comidas com forma fálica" e "qualquer coisa que brilhe no escuro"). Agora por favor, abram espaço para o coro de jovens revolucionários da revolucionária revoluriosa revolução, para cantar nosso novo hino popular e nada elitista!

(mais de mil criançinhas uniformizadas e de lenço vermelho no pescoço sobem no palanque e começam á cantar):

                                 "Oh gloriosa revolução
                         que nos libertou dos grilhões capitalistas
                           De punhos erguidos á saudamo-os
                         Entre todos os setores vai se espalhar
                      Desde os montes verdejantes da wikipedia
                            Até os bravios mares do twitter
              Esmagaremos qualquer oposição neoliberal capitalista-ta
               Com nossos braços fortes proletários populares
                               Juro por ti, cor vermelha
                                           Juro por ti
             Ou meu nome não é cidadão 436-A, seção 9, cidade X-3!"

(Metade dos observadores já entrou em combustão e agora arde gloriosamente. A outra metade sofre convulsões de prazer, enquanto chocolate jorra das fontes e rosquinha chove do céu. Oh, maravilha das maravilhas)

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Um dia meu bom amigo, um dia...

sábado, 26 de setembro de 2009

Valsa com Bashir (2009)




Em 1982, cristões falangistas invadiram um campo de refugiados palestinos durante a Guerra do Líbano e massacraram entre 2.500 e 3.500 pessoas, incluindo crianças, mulheres e idosos, tudo isso com a conivência do exército israelense.
Ari Folman não tem nenhuma lembrança disso, apesar de o próprio ter estado à menos de 200 metros do massacre. Na verdade, ele não possui nenhuma memória de seu serviço na guerra. Percebendo isso, ele busca as suas memórias por meio de conversas com outros ex combatentes amigos seus. E então as lembranças voltam, como um tiro.
Assim como Maus, a obra prima do Art Spiegelman, O Valsa com Bashir lida com um tema sério por meio de uma forma de transmissão pouco usual. Se Maus explora o holocausto como uma revista em quadrinhos em que os personagens são animais antropomórficos, esse filme trata da provavelmente mais controversa guerra israelense entre tantas fazendo uso de uma animação onírica. Mas também belíssima.
Durante todo o filme,  a realidade se mescla com alucinações, memórias falsas, sonhos, tudo que possa desviar o personagem principal - que por acaso, é o diretor do filme, que realmente vivenciou tudo aquilo em seu tempo servindo na guerra - e a nós mesmos da realidade e da brutalidade da guerra. Por hora, somos apenas observadores, assim como o próprio Folman.
Mas quando finalmente chegamos em Sabra e Chatila, a mentira não pode ser mais sustentada. È aí, exatamente no final do filme que surgem as únicas cenas em Live Motion. A trilha sonora acaba e os contornos dos desenhos desaparecem, para dar lugar aos gritos de desespero e as imagens de horror do massacre. Não somos mais simples observadores, agora a guerra deles também é nossa.
Quem ler esse texto, vai sentir uma mudança radical em meu tom aqui, se comparado ao resto do blog. Sabe, é meio díficil ser engraçadinho quando se acaba de ver imagens de outros seres humanos assassinados, cadáveres de crianças e mulheres jogados nas ruas, e tudo isso sabendo que só aconteceu por que um governo que no meu caso diz me representar - e á todos os outros judeus - deixou acontecer. Se eu apoio Israel eu apoio Sabra e Chatila? Apóio Gaza? Apóio fósforo branco? Apóio o Muro da Vergonha? E se eu decidir apoiar os árabes, será que vou fingir que não vejo os carros bombas? Vou tentar justificar o desperdício de vidas só por que insistem em discutir na violência qual tem o melhor amigo imaginário?
Todas essas discussões, todas, incluindo as que eu já participei, viram clichês e não dizem nada. São sempre discutidas numa vaziez despreocupada. Por que não estamos lá. Com Valsa com Bashir, nem que por um minuto, nem que por alguns segundos, realmente nos sentimos lá, pela primeira vez.

#OBardo# acabou de chamar sua atenção!

"O Blogger só é
mais um neologismo
Na web costumam
mascarar silogismo

Por mais que eu tente
Por mais que eu lute
Não consigo evitar
De acessar o Orkut

Oh internet! internet!
Sua vil traidora!
Rainha dos memes
e da música amadora!

Se continuo dizendo
FAIL, PWNED e LOL
Não há mais "Quer tc?"
No chat da Uol"

É, acho que não sirvo mesmo para poeta. Culpa da sociedade, claro.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Africa Addieu







         Algumas pessoas podem achar que o máximo de produção musical referente à Africa que existe é ou um bando de neguinho batendo tambor ou o Chico César. Não os culpo. Quase não ouvimos nada do continente mais pobre do mundo - e quando ouvimos, é sempre alguma coisa extremamente tosca como Angelique Kidjo ou aqueles malditos rappers da Nigéria.
          Bem, faço questão de tentar mudar ligeiramente essa visão etnocentrista, racista, americanista e malabarista que temos do Negritude e Jr, digo, continente africano. Veremos também que os próprios africanos sabem falar de seus problemas bem melhor do que alguns astros mimados de mãos dadas cantando "We are the World" conseguem. E é melhor que curtam, se não chamo uma guerrilha pra puxar seu pé à noite.





Fela Kuti - Eu sou bem reticente em chamar alguém de gênio (Mentira, nem sou). Mas para esse cara, a denominação vem à calhar. Fela era da família cultural mais proeminente da Nigéria. Em sua árvore familiar, temos vencedores do Nobel de literatura, intelectuais, políticos admirados...mas faltava um pouco de música nessa história toda. Não sei como ele começou a tocar, então bolei uma história: Fela estava meditando no delta do Níger quando MOTHERFUCKING OBANLÔ XANGÔ DE YORUBÁ desceu dos céus e entregou pra ele um....saxofone. Não seria qualquer saxofone. Seria o saxofone que iniciaria o afrobeat, a melhor coisa à sair da áfrica desde a mumificação. O Kutão logo se tornaria o maior astro musical da Nigéria e quiçá, de toda a África. Dizem que os ultra corruptos ditadores e políticos nigerianos só temiam uma pessoa: Fela Kuti.Parece que nem tanto, por que certa vez a polícia nigeriana invadiu a casa dele, espancou todo mundo lá dentro e estuprou todo mundo (sim, incluindo nosso amigo). Em suas letras, ele fala de opressão, falta de liberdade, corrupção, o espírito africano, frustração colonial...tudo isso embalado por um funk/jazz/batuque com mais feeling que um xamã enlouquecido. Ele viria á morrer de AIDS nos anos 90, mas até lá, o estrago já tinha sido feito, e apesar de continuar pobre, a Nigéria viu surgir vários movimentos de constestação e hoje é o país culturalmente mais vivo da àfrica Subsaariana.
Discos: Zombie/Sorrow Tears and Blood




Femi Kuti: Fela morreu, todo mundo chorou. Parecia que era o fim para os nigerianos. Mais mal os generais começaram a trocar High-Fives entre si...apareceu o filho do Fela, fazendo uma música maneira cheia de groove que nem o pai. Diferentemente do Kuti senior, Femi não faz músicas de 12 minutos (opa, esqueci de falar disso. Pois é galera, os discos do Fela tem umas 3 músicas cada) e sim menores, mais compactas, de 6, 5 minutos. Também não experimenta tanto quanto o progenitor. Seu som lembra o funk americano e mesmo o pop, mas isso não quer dizer que não tenha seu próprio African Rithym. Parece que os governantes também não simpatizaram muito com o jovem padawan e fecharam a boate que ele regia e ás vezes tocava. Não vai ser dessa vez que eu vou visitar Lagos.
Discos: Africa Shrine



Mulatu Astatke: A primeira vez que eu ouvi Mulatu, foi no filme "Flores Partidas" do jim jarmusch. O filme em si é um saco, o pior do jarmusch. Mas fiquei encantado (noffa, arrazou benhê) com a trilha sonora da película. Quando fui pesquisar, dei de cara com esse nome bizarro e descobri que se trata de um jazzista.
Da Etiópia.
Vocês devem estar pensando: "Jazz da Etiópia? Tem como ficar mais indie?" Tem. Pesquisando mais, descobri que lá na década de 70, a Etiópia teve uma vida musical bem viva, coisa dos tempos em que os europeus ricos iam comer umas prostitutas africaninhas baratas e sem AIDS - sabe, eles ficaram com saudade dessas coisas depois que perderam Cuba -  antes de uma junta comunista derrubar o imperador etíope e instituirem a lei marcial do "Essas bacanais acabaram, carajo!". Dessa galera etíope não tem ninguém mais tão interessante: Você pode conferir na série Ethiopiques, que a Buda Music lançou um outro pessoal de nome impronuncíavel.
Ah sim, voltando ao Mulatu, como definir seu som? Pense em jazz. Agora pense num egípcio antigo fazendo jazz. È bizarro, mas essa é a imagem que me vem à cabeça.
Discos: Ethiopiques Volume 4

Tinariwen: A  idéia não poderia ser mais estranha: um bando de Tuaregues dos desertos do Níger - simplesmente um dos países mais paupérrimos do nosso planeta - decidem pegar em guitarras para vingar a morte do pai do chefe do chefe do grupo.


Q


O resultado desse plano de vingança musical saiu incrivelmente bem. Não se enganem: a música não é fácil. Vocês só vão curtir se gostarem de blues árabe lisérgico com cantos tuaregues do deserto que desobedecem qualquer norma da música normal. Eu curto, por que sou um doente mental. Prefiro acreditar que meus 3 leitores são mais lúcidos que eu. Pra você ter uma idéia, as influências desse grupo são cantos típicos árabes E Led Zeppelin. Definitivamente, uma mistura mortal.
Discos: Aman Iman

Buraka Som Sistema: Ok, esse grupo não é propriamente africano. Na verdade, foi iniciado em Portugal. mas tem tudo á ver com a música africana. Pra começar, é música eletrônica baseada no Kuduro (VOCÊ É ENGRAÇADO PRA CARALEO HEIN) , um som meio que hip hop/funk brasileiro de Angola. Depois, boa parte dos participantes do projeto vem de lá. No fim, acaba um tremendo som vivo, bom para as festas (se você quiser assustar todo mundo) e para se debater que nem um maluco. Ou seja, mais ou menos como Kuduro é dançado.
Discos:Black Diamond

Cesária Évora: Vocês devem estar pensando: legal, mas o pessoal da África lusófona não pode fazer sua própria música? Tem que apelar pro seu pai colonial?" Aha, mas aí é que está o pulo do gato! Das ilhas do Cabo verde sai essa mulher, chamada na Zoropa de "A Diva dos pés descalços". Apesar do nome muito gay, Cesaria não tem nada de Cher ou qualquer outra Diva de viado. Pelo contrário, é uma gordinha baixinha de meia idade, que você poderia confundir com sua avó. Mas quando ela abre a boca, cara...que puta voz. As músicas dela lembram música caribenha, tipo Buena Vista Social Club com óbvios toques portugueses. E nem se procupe se você não entender o que ela canta logo de ínicio, já que ela canta em português crioulo. Nenhum racismo aí, é como se chama o português misturado com dialetos africanos. Sério. Te juro.
Disco: Bem, hehe, eu meio que, hehe, olha que engraçado, nunca ouvi um disco dela. Só ouço os vídeos do youtube. Então ouçam e se remediem com a vida
http://www.youtube.com/watch?v=E_7BV-IuyKI

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Eu odeio o Manoel Carlos

Começa mais uma novela. Eu não sou muito chegado à novelas, mas por íncrivel que pareça, até respeito um pouco essa área da teledramaturgia tão característica da nossa latino-américa. Convenhamos, não é todo mundo que consegue escrever uma história toda construída a cada dia, por 200 capítulos. 
A menos que você seja o Manoel Carlos.

Se e caso você seja o Manoel Carlos (e lamento muito por você por isso), a sua trama irá se desenrolar da seguinte maneira: Uma mulher independente, bonita e batalhadora, invariavelmente chamada Helena, está fazendo alguma coisa aleatória em algum país mais exótico: República Tcheca, Jordânia, Sierra Leoa, etc...com seu par romântico quando tem que voltar pro Brasil, mais precisamente, pra Cidade maravilhosa. Lá ela se encontra com sua rival invejosa e decadente, que obviamente detesta o fato de nossa querida e sofredora Helena ser tão independente e bonita. Conflito ocorre por 6 meses, durante os quais a Helena vai tomar muito hadouken da vida, até no final triunfar sobre todas as adversidades e terminar rica, linda, casada e feliz, e sua rival louca/morta.

                         Aproveitando, eu também odeio essa mulher

Tudo isso, claro, serve pra dar vazão aos mesmos clichês de sempre. Será que devemos esperar bossa nova tocando nos créditos de arbetura? Será que veremos imagens do Rio de Janeiro mostrando como essa cidade é magnífica e pacífica, só sendo abalada vez ou outra por crises imaginárias que serao comentadas pelos personagens e esquecidas na semana seguinte? Será que o Zé Maier vai estar pegando todas?

Claro que vai. Os instrumentos de trama são sempre os mesmos, impressionante. E as locações também. Vamos lá ver aquele Leblon ser esfregado na nossa cara. Ver esse mané fazendo seus discursos pequeno burgueses de homem do bem enquanto arrota caviar desperta o marxista adormecido em mim (viu, até usei pequeno burguês)

Aliás, a vida é uma maravilha nas novelas do Manoel Carlos. A classe média mora no Leblon, os pobres vivem num prédio legal e a ralé da ralé tem uma casinha maneira em bairro genérico da Zona Norte. Sem falar que dirigem de mercedes pra cima e vivem sempre de bem com a vida, ricos, sorridentes e brancos.

Não sei por que continuar escrevendo novas novelas, Manuelito. Lhe pouparia o trabalho simplesmente gravar o "Vale a pena ver de novo" de uma novela sua e estreiar como novidade. Sendo suas obras verdadeiras redundâncias artísticas, aposto que ninguém iria notar a diferença.

 
Olha só esse imbecil

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Um país que é uma merda: Somália


Ei crianças, vocês já pararam para pensar na excitante carreira que a vida de mercenário pode lhe proporcionar? Já se imaginou ceifando vidas inocentes pelo controle de um quarteirão? Estaria interessado no ramo da pirataria legítima, e não estou falando piratear produtos, mas literalmente saquar um navio em alto mar com um grupo armado? Já? Então venha para a Somália, onde o emprego é de sobra! Afinal, sempre que algum senhor da guerra for assassinado, pode ser você no lugar dele!

POR QUE É UMA MERDA:
Imagine o seguinte: você está andando pela rua. Imaginou? O simples "andar pela rua" se tornou pura imaginação para os moradores de Mogadíscio, já que cada quarteirão, cada esquina, cada McDonald's é controlado por uma mílicia mercenária diferente. Na Somália, "mercenário"é um emprego legítimo, assim como médico, engenheiro, arquiteto, etc...Não, espere, deixe eu reformular isso: "Mercenário" é a única carreira legítima na Somália, já que o país não tem visto muita construção, comércio ou qualquer coisa que lembre uma sociedade funcional.
Com tantas opções de áreas de atuação, vários grupos de insurgência estão migrando para a região, num verdadeiro fenômeno de concentração comercial, só que ao invéz de lojas, estamos falando de grupos terroristas islâmicos. Até a Al Qaeda montou seu puxadinho lá.
Na verdade, lá tem tanto terrorista, muhejadeen, islãmaníaco e outros tipos psicopatas religiosos em geral, que eles formaram uma união, chamada "União de cortes islâmicas". Não sei direito o por que do nome, já que o máximo de julgamento que eles fazem é condenar jovens á morte por terem sido estupradas (sério) mas enfim, é aquele caso em que a privada enche tanto de merda que começa á espirrar por todos os lados

(Ok, péssima metáfora, muitos somalis provavelmente cairiam no chão chorando e dando graças se tivessem contato com privadas ou qualquer sistema de saneamento que preferencialmente não divida o espaço com o rio aonde eles bebem água)

O que eu estou falando é que começou á sobrar pro Quênia e pra Etiópia. No Quênia, que já não é o país mais seguro do mundo, começaram a aparecer bandos de assaltantes somalis pra causar pânico geral na costa queniana. Isso prova também que o maior produto de exportação somaliano é, hoje em dia, horror e destruição. Dizem que o valor das ações de tormento caíram com essa crise.
Já na Etiópia, a situação ficou tão séria - os terroristas estavam dando uma forcinha pro grupo de libertação do Ogaden, uns separatistas etíopes - que o governo Etíope resolveu espantar as varejeiras da cara e levantar do chão aonde pedinha sua esmolinha pra dar uma surra geral no vizinho irritante. Sério, se você consegue levar porrada DA ETIÓPIA, meu irmão, a coisa tá foda pra você.
Acabou? Não! Sendo o povo somali muito ligado aos seus costumes, eles resolveram ressucitar a tradição secular da pirataria. Um monte de magrelinho pega uma metralhadora que pesa tanto quanto ele e vem pra cima do seu navio boladões de fome pora roubar tudo que você tem, pilotando uns botinhos infláveis enquanto isso. Seria uma visão hilária, se você não estivesse levando tiro na cara.

                                                  arrrrrrr

Depois disso tudo, nem vale a pena falar dos movimentos separatistas dentro da Somália,e seus respectivos exércitos, todos os três deles. Nem citar o fato de que a nação não tem governo central e o presidente comanda uma área equivalente á um campo de futsal, quando dividido em várias partes pras turminhas da pré escola poderem jogar jogos simultâneos. Enfim, me passa mais uma garrafa de rum.

COMO ESSA MERDA FICOU ASSIM

Os somalianos eram um bando de pastores nômades sem governos centralizados, ou líderes ou etc... até que no momento da divisão colonial da àfrica, as potências européias pensaram que era uma boa idéia enfiar todos os clãs conflitantes e que se odiavam mortalmente no mesmo saco e ver no que é que dava. O Norte da Somália, hoje a parte mais estável do país ficou nas mãos dos britânicos enquanto o sul ficou na mão dos italianos. Se hoje, além de massa e máfia, os italianos não sabem fazer nada, que dirá no ínicio do século 20, quando eles já tinham seus próprios problemas dentro da Itália.

                            Legítimo governador colonial italiano

Quando os italianos voltaram para a pizzaria, os clãs que ficaram para dividir o poder no país decidiram que eles meio que não se gostavam, tipo, se odiavam mortalmente. E foi aí que a merda atingiu o carinha que abana (os somalianos não tem dinheiro pra comprar um ventilador).

Nomes de merda

Siad barre: Em questão de ter um super ditador bizarrão, a Somália não era muito diferente do resto da àfrica. O nosso amiguinho Siad estava andando por aí como quem não quer nada, assobiando, e sem ninguém esperar, ele tomou o poder e prontamente se alinhou com a União Soviética, só de sacanagem.


                   Siad barre, mostrando que não está pra sacanagem


Quando ele e o Mengistu da Etiópia resolveram trocar tapinhas - pois é, a briga Etiópia e Somália vem desde a última vez que os dois tiveram uma refeição substancial, ou seja, tem muito tempo - e os colorados resolveram apoiar o comuna Mengistu ao invéz do comuna Siad, Biarre ficou de mal, fez cara feia, disse que ia contar pra mãe e finalmente foi pedir ajuda aos EUA, que estavam mais do que interessados em apoiar mais um ditador africano. Finalmente o biarre iria ser deposto em 1992 quando foi anunciado falsamente que um pacote de cream cracker seria distríbuido gratuitamente, para a decepção da multidão que logo invadiu o pálacio presidencial.

Bush pai: Não basta levar uma surra da Etiópia, o país também sofreu com uma intervenção americana. Aparentemente, os yankees ficaram muito decepcionados ao verem seu ditador preferido do chifre da áfrica ser substituído por, bem...não muita coisa. Então ele mandou seus militares fazerem as malas e enfiarem democracia no lugar na marra, presumidamente para

a)fazer turismo
b) lançarem a Somália como detentora do record de nação com mais balas por metro quadrado
c)Roubar a areia do lugar e alimentar a indústria americana de caixinhas de areia, aqueles monstros

Enfim, a intervenção foi um fracasso, morreu um monte de gente, blá blá blá, assistam Falcão Negro em perigo, fala sobre isso e de como os soldados americanos sofreram com a edição frenética da guerra.
Daí o que era ruim ficou pior e hoje temos esse pedaço de chão violentamente disputado por uma nação faminta, doidos maometanos e piratas maníacos. Jack Sparrow não duraria um minuto aqui