terça-feira, 6 de julho de 2010

Como um gigante ferido cai de pé

Durante as eliminatórias, tudo apontava para um final feliz sul americano durante a copa. Nunca um europeu havia ganho fora de seu continente, e todos os países classificados mostravam ou um futebol forte ou crescimento expressivo. Quer dizer, todos menos o Uruguai.
Desde 70 estagnado, ninguém esperava muito do país. Mesmo os seus torcedores ficariam satisfeitos apenas com a mera classificação e festejaram as duas vitórias sobre o sem sal time da Costa Rica como se fosse uma vitória em uma final. Agora era torcer para não ser massacrado no campeonato mundial.
Chega a Copa, e o que no ínicio se parece o sonho esperado pelos latinos logo torna-se um pesadelo. O Brasil sente seus nervos e cai numa virada inesperada, a Argentina entende que lhe falta uma zaga e um técnico e é massacrada pela nova geração alemã, o Paraguai se esforça, mas não consegue conter A Fúria. Os sul americanos se despedem da àfrica do Sul em meio a muitas lágrimas.
Contudo, checando-se os jogos da semi final, encontramos uma seleção aparentemente perdida em sua posição. A nação de apenas 3 milhões de habitantes, que protagonizou o jogo inicial mais fraco da copa está entre os 4 melhores da competição.
O que vimos hoje pode ser um réquiem da seleção uruguaia. Seu canto do cisne. Desfalcada de seus melhores jogadores, com apenas Forlán - na minha opinião, o melhor jogador da copa - para se sustentar, o time trava uma batalha épica para chegar nas finais novamente, mas não consegue. Todavia, se é que isso existe, é uma derrota para se orgulhar. São as Termópilas uruguaias. Pode ser que com o crescimento do futebol do resto do mundo, os platinos nunca mais cheguem onde chegaram. Pode ser que nem se classifiquem para o próximo campeonato no Brasil.
Mesmo assim, poderão contar para seus filhos e netos: "Eu vi o Uruguai chegar em sua última semi final, lutando a ferro e fogo, lutando com a raça que lhes é esperada e pedida para todos os jogadores de todas as seleções. Eu vi um time de qual não se esperava nada conseguir tudo"
E as palavras do capitão Obdulio Varela, ditas na fatídica final de 1950, para um time também desacreditado voltarão a fazer sentido: "Senhores, forasteiros não jogam. Que o show começe"

2 comentários:

  1. Eu realmente me emocionei com o texto, meu sangue latino ferveu de orgulho. E olha que eu nem gosto de futebol.

    Bonitas palavras.

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  2. eu nao tenho sangue latino e gosto de futebol mas realmenter achei mto maneiro o texto.
    S´vim ver agora, depois de ver que o Uruguai perdeu para a Alemanha na disputa de terceiro lugar, mas, como vc disse, se futebol fosse justo, o Uruguai teria sido campeão.

    A Celeste está de parabéns pela força de vontade, a garra e determinação em campo.

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Ditadura do proletariado